Cylinders zoomed on

A Cera que Canta

As Vozes Mais Antigamente Gravadas Finalmente Restauradas

Como parte do projeto de digitalização dos cilindros do Museu Canadense das Civilizações em Gatineau, perto de Ottawa, tive a oportunidade nos últimos dias de entregar pessoalmente meu último Archeophone lá. Não apenas fui recebido da maneira mais amável, mas o que vi e ouvi lá ao instalar a máquina me fascinou. O Museu possui uma coleção importante de cilindros, a maioria dos quais foi gravada por indígenas americanos. Isso inclui a coleção de Marius Barbeau, que merece ser apresentada aqui com mais detalhes.

Marius Barbeau, etnólogo canadense (1883-1969), interessou-se pelo folclore canadense e pelos povos indígenas. Após estudar direito, ele estudou antropologia em Oxford e posteriormente na Sorbonne.

Um acolhimento caloroso no museu
Um Acolhimento Caloroso no Museu
Marius Barbeau
Marius Barbeau, pioneiro do folclore canadense, transcrevendo músicas de um cilindro de cera (1957)

Nomeado para a Comissão Geológica em 1911, Barbeau iniciou o estudo da cultura dos Hurons de Lorette perto de Quebec, e depois dos povos indígenas do oeste canadense. A partir de 1914, ele coletou canções folclóricas e tradicionais dos canadenses franceses. Todas as suas publicações científicas formam uma bibliografia impressionante.

Trabalhando como etnólogo-antrópologo no Museu do Homem em Ottawa até sua aposentadoria em 1948, Barbeau permaneceu comprometido com seu trabalho até sua morte, produzindo uma abundante coleção de arquivos sonoros e escritos, amplamente utilizados em suas numerosas publicações dedicadas ao folclore, música, contos populares da civilização canadense-francesa e povos indígenas.

Esses arquivos sonoros agora fazem parte das ricas coleções do Museu Canadense das Civilizações, na forma de aproximadamente 3000 cilindros fonográficos. Barbeau utilizou o fonógrafo de cilindro em suas pesquisas entre 1911 e 1948. A coleção também inclui cilindros de outros antropólogos. Os mais antigos desses cilindros foram gravados em 1898.

Mencionamos as coleções de cilindros indígenas de:

  • ∙ Albert.B. Reagan, William H. Mechling, Wilson Dallam Wallis (Hurons, Wyandott, Iroquois, Malecite, Ojibwa, Sioux: 1911-1913)
  • ∙ James Alexander Teit, John Alden Mason, Cornelius B.Osgood (Cree, Hare, Loucheux, Sarcee, Crow, Chipeywan, Yellowknife, Dogrib: 1915-1948)
  • ∙ Diamond Jenness, Christian Leden (cilindros esquimós 1913-1916)
  • ∙ Quanto ao folclore canadense-francês, as coleções de Edouard-Zotique Massicotte (cerca de 920 cilindros) e Gustave Lanctot (24 cilindros) também se somam à de Marius Barbeau (cerca de 550 cilindros).

Muitos cilindros nas prateleiras
Um Acolhimento Caloroso no Museu
Cilindros

Essas vozes, capturadas com o intuito de estudo e preservação, permaneceram silenciosas por muito tempo. Agora, elas ecoam novamente nas margens do rio Ottawa.